Não me sinto lá tão avontade de postar um dear diary no tumblr. Não sei o porque, afinal todo o resto pra mim ele é muito melhor que o blogspot.
Eu tenho muita raiva.
Tenho ressentimentos.
Tenho assuntos mal resolvidos.
Tenho mal hábitos.
Esses textos são sobre o que há por tras de Yue. Sobre quem escreve sobre este nome.
Eu detesto todo tipo de desequilíbrio mas sou o desequilíbrio em pessoa.
Tentei fazer milagres, nunca consegui. Tentei enxergar algum em algum lugar e nada vi.
Minha vida é um buraco escuro onde só há eu.
Não tem ninguém além de mim. É triste, vazio e úmido. Chove o tempo todo e eu convivo com o frio.
Minha pele é gelada a maior parte do tempo.
Não tenho febres, mas tenho acessos.
31 de dezembro/1º de janeiro Tinha sido a última vez. Era o terror de se ver só. jogado em um canto escuro, com medo do amanhã que certamente chegaria pra me dizer que ninguém lembra de mim.
Chorei. Perguntei porque tinha de ser assim. porque eu tinha que estar só. Era triste. As pessoas da casa sairam, e eu fiquei comigo, me despedindo com um sorriso e um breve até logo.
Meu coração doía, e meus olhos estavam segurando as lágrimas.
Até vocês vão me abandonar?
E se foram. E então lá no canto escuro que falei, estava eu na passagem do ano. Gritei pra que alguma alma caridosa viesse me salvar. Não obtive resposta.
Era a Solidão me fazendo compania mais um ano. Todo ano ela vem nessa data. Como se fosse a única a me parabenizar... Dizendo: "Feliz aniverário, companheira."
Minhas mãos sangravam porque as unhas marcaram as palmas tão bem fechadas. fecharam-se para não fazer coisa pior. Ainda, de certa forma eu tinha algum controle.
Não lembro que horas eram quando resolvi sair dali.
O telefone tocou. E o único que não poderia esquecer-me me ligou. Ele junto com a solidão prepararm uma festa particular para mim, cada um de sua forma.
Um telefonema. O meu dia(a verdade era noite) mudou.
Eu consegui sorrir. Salvou-me.
Eu não me lembro dos acessos anteriores.
Ontem tive um.
Era puro ódio, raiva, dor e terror.
Só tinha o mar ao meu redor. E eu odeio serntir-me em insegurança.
O cais estava logo ali, mas longe demais nas condições deploraveis que eu estava.
Não sei como estou viva, e bem.
As vezes eu penso que eu não vivi o bastante.
Mas quando penso melhor, eu já vivi coisas que a maioria das pessoas nem pensa que vai viver, talvez nem saibam que existe tal coisa.
Isso talvez seja o começo de um novo diário.
Pelo visto, todo ano vou fazer um novo. talvez assim, eu mude minha vida.