4 de setembro de 2015

Abnegação, apenas.

Eu conheço um tipo de amor, desde muito tempo
Um amor chamado abnegação.
Um amor onde meu ego é recolhido ao quase zero
E onde meus sentimentos fluem por vias da paciência.
É o amor mais doloroso que pode haver.
Ao negar o meu eu, ao me curvar ante ao pedido do outro, como se fossem súplicas...
Dói muito.
Quase uma vida toda dedicada a este amor e hoje eu sei que por mais que eu tente, é impossível fazer com que coisas dolorosas parem de vir até mim. Mentiras que a pessoa amada vive, pensando serem verdades, ódios radiando de seu peito sem que esta se aperceba... Tudo tão perfeitamente construído, uma lavagem cerebral que nada pode modificar...
E eu continuo a amar.
Me privam de minha fé, mas minha compaixão é maior. 
Está tudo tão errado e eu continuo sobrevivendo em meio ao meu caos.
Não tenho a menor esperança de que algo mude. Nem palavras nem atitudes importam muito àquele que é cego em suas determinações. 
Crescer e viver desta forma é um desafio diário. 
Dói muito.
E quantas vezes eu quase desisti? E quantas vezes eu morri? Até chegar ao ponto onde nada fazia sentido, ao ponto de quase me convencer que quem na verdade estava errada era eu... Até onde eu caí.. E pela força dos ancestrais, dos deuses e minha própria força, sobrevivi.
Estou quase no mesmo lugar, nada de avançar e meu amor de abnegação continua forte e atuante, mesmo agora.
Há muita raiva sim. Mas já passei do ponto do ódio. Só há uma profunda tristeza constante e inextinguível, por mais que o amor verdadeiro esteja ao meu redor me acalentando.
Eu conheço esse tipo de amor, como conheci muitos outros, mas esse... Esse é do laço infinito de sangue, esse amor é impossível de combater. Esse amor é o que tem me provado ser alguém muito mais forte do que eu penso ser quando me olho no espelho. 
Na dor encontro forças pra seguir sendo o que eu sou, mesmo que em pedaços, mesmo que nas sombras...
Um dia ei de ser luz, distante deste amor de escuridão e abnegação.

19 de abril de 2015

Sabe, apenas.

Sabe, não quero estar na sua mente e nem nunca desejei isso
Mas como eu gostaria que você soubesse o quanto eu me importo.
Eu só não sei mais como.
Palavras não funcionam.

Você parece estar só.
E eu... Começo a achar que também estou.
Sabe, é triste saber que nunca estamos realmente na vida de alguém
Por mais que você queira, por mais que você se esforce
Não dá. E então eu fico tentando entender motivos, coisas
Que provavelmente nem sequer existam.
Sabe, eu me sinto terrivelmente triste.

Pois eu não sei de nada e o nada me causa dor.
Eu queria saber de sentimentos, se eles existem.

Eu queria saber se eu posso ajudar e como
Mas não dá, palavras não funcionam.
Você sabe que o que te faz mal também me faz?
Que sua provável inexistente dor é uma dor real pra mim?
Que eu quero tirá-la de meu peito?
Te importa tanto que eu não saiba seus motivos, coisas
Ou que eles não existam?

Cuidar de si é cuidar daqueles que estão ao seu redor.
Eu entendi isso recentemente, e provavelmente é impossível que você me entenda.
Sabe? Quem se importa com o que eu me importo?
Ninguém. E você sabe disso também.
Não vou perguntar nada, não vou dizer nada.
Não é suposto eu te perseguir.
Eu só queria entender o motivo de você não dormir.

Sabe, isso é simples. Sem drama.
"Nigirishimeta ushinawanu youni to 
Te wo hirogereba kobore ochisou de 
Ushinau mono nado nakatta 
hibino dasei wo sutete… kimi wo"
The Beginning - One Ok Rock

6 de abril de 2015

Caju, apenas.

Os pêlos já se foram, os miados, os ronrons... Tudo já se foi.
Mas o corpo é algo estranho.
Me pego virando o rosto pro lado de vez enquanto, olhos fixos no chão
Procurando por algo que eu sei que não está mais aqui.
Quando abro o portão e instintivamente olho pra cima da escada que dá pra laje...
Quando qualquer coisa de uns 15 cm ou mais se aloja em qualquer lugar de casa fazendo sombra...
Quando saio olhando pro chão de noite pra fazer xixi...
Isso não foi embora.
Isso ainda está muito perto de mim, o tempo todo.
Não é algo triste a minha perda. É algo revoltante.
O que eu poderia ter feito, o que eu poderia ter sido para ele se tivesse dinheiro.
Meu loirinho lindo, tão medroso.
Aquela tristeza dos últimos dias, aquele desespero dos últimos dias...
Aqueles olhinhos que me diziam que acabou.
Quando estouramos uma sacola não há mais sustos, quando as compras chegam, não há mais curiosidade...
Mas o corpo é algo estranho.
Há exatamente agora, uma bola de pelo na minha garganta.
Adeus, Caju.


"...esse ron-ron em seu peito

não é doença - é carinho..."
Ron Ron do Gato – Adriana Calcanhoto

24 de março de 2015

Yona, apenas.

Akatsuki no Yona foi um dos melhores animes das últimas temporadas. E ver a transformação de uma personagem genérica num tipo próprio ícone feminista me deixa verdadeiramente contente.
Uma princesa, que não entendia absolutamente nada sobre seu reino, que vivia uma utópica ideia de não guerra fornecida pelo seu pai se encontra com a cruel realidade do assassinato e do exílio. Em sua fuga prela sobrevivência, há o típico apelo sobrenatural, onde existem guardiões que prontamente atenderão seu chamado, se ela os encontrar. Até aí, nada de interessante. Porém Yona começa a verificar que o reino que seu pai construiu não é uma maravilha como se pensava. Não ter guerras não isenta o povo de sofrer, e Yona aprendeu isso visualizando cada povoado assolado pela fome ou pela corrupção se seus senhores. 
Yona sofreu, passou fome, frio e por doenças. Yona quase morreu. E Yona amadureceu. Ainda que ela contasse por praticamente metade do anime pela proteção dos outros, uma inquietação pela sua incapacidade de reação a toma cadaa vez mais. O porém que levou tanto tempo para que ela percebesse que deveria se defender é um aspecto psicológico de Yona: Seu pai odiava armas. E Yona cresce num ambiente onde ela é levada a crer q armas são inimigas. E que jamais ela deve pegar em uma. Mas ela precisa. Hak, seu fiel escudeiro, que antes general, agora é um exilado em fuga, permite e a treina em arco. Porém não a deixa usar a espada. Yona deveria estar apta a se defender de longe e a dar suporte ao "Trovão" Son Hak, porém não poderia entrar numa batalha corpo a corpo pelos motivos óbvios que um segurança pensaria: Ela vai morrer. 
Quem saberia? E se ela fosse uma ótima espadachim? Mas realmente, analisando, há vários problemas: o espaço é inóspito para que haja uma fixação, uma boa alimentação e todos requisitos básicos pra um treino eficiente. Estão em constante mudança, parar pra treinar não é algo simples. Espadas realmente requirem algumas condições. Yona treina solitariamente com o arco durante madrugas inteiras, ao ponto de esfolar suas mãos. Yona é persistente. E aparentemente não tira da cabeça a idéia de que, se preciso for, pegará numa espada, em especial para proteger Hak. Então você pensa: amor? Bem, não é o amor romântico que você está pensando. Hak é o último elo que Yona tem do que fora sua vida na corte. Do que foi sua infância. Yona só tem 16 anos. Mas ela ama alguém, sim. E quem ela ama é justamente o culpado de assassinar seu pai, o culpado por exilá-la e por todo seu sofrimento psicológico. culpado de por um golpe, assumir a coroa do reino. Ele poderia ter sido rei pelo casamento, porém decidiu que o regicídio seria a melhor forma de transformar uma utopia num reino que realmente exista.
Yona é quase a única personagem feminina digna de nota do anime. Porém felizmente há a Gi-gang, uma senhora de cabelos grisalhos e rugas aparentes que uma capitã pirata badass (no bom sentido)! Ah, vcs não tem noção da felicidade que me invadiu quando essa personagem extremamente fodástica foi apresentada. Primeiro que mulheres com mais de 50 anos em animes é algo extremamente raro. Segundo que quase sempre elas são representadas como anãzinhas cômicas (e há uma nesse anime, por sinal) ou amarguradas que se metem na vida amorosa dos filhos. Mas a Gi-gang é uma estrategista nata, que fez de simples pescadores piratas que defendem sua terra de Awa do senhor que pensa que pode escravizar mulheres. Ela é uma personagem com uma personalidade de ferro, que não se ilude ao Yona pedir pra se juntar à tripulação: Yona terá que provar sua determinação. E Yona o faz. Ao buscar no meio de um precipício ervas medicinais. E outra vez, Yona quase morre. E Yona percebe mais uma vez sua impotência. E Yona chora, treme e se desespera. Porém, Yona consegue as ervas. A capitã, a despeito da bravura de Yona não vê outra alternativa senão aceitá-la na lutra contra do senhor de Awa.

Este arco de Awa mereceria uma resenha só dele. Em como Yona vê uma figura materna em Gi-gang e como elas tem um respeito mútuo muito bonito. Porém o importante pra mim foi perceber que a Yona finalmente se livrou das correntes que a atavam ao seu pai, em sua ilusão de paz sem guerras, sem armas. O desfecho, não sei se deveria contar, mas creio que deve ser um pouco óvio a essa altura. E se alguém leu até aqui, saiba: Yona é aquela que mata o senhor de Awa. Yona, a princesa indefesa e inocente, boba e chorona. Yona, que se arrebentou toda diversas vezes e que deu provas de que é possível sim ter coragem entre as adversidades. O final do anime não é um desfecho da história, se querem saber. Ela não acaba nessa temporada. Se outras virão, eu não sei. Sei que Yona é uma das personagens femininas mais fortes e mais admiráveis do mundo dos animes.
No finas das contas, Yona pega numa espada. E em seu coração, ninguém mais a impedirá disso.


~ Outros comentários sobre a opening ou sobre outros personagens fica pequeno diante da grandiosidade que foram Yona e Gi-gang.

11 de janeiro de 2015

Sonhos, apenas.



Até quando meus sonhos me punirão por coisas que eu jamais fiz?
E que jamais faria?
Ver um futuro que se repete de forma tão cruel me faz terrivelmente triste
Eu realmente não consigo entender o motivo de tanto ódio
Senhor Morpheus, 
Que eu fiz pra que no mundo dos sonhos eu fosse tão infeliz?

Não há mais lágrimas ao acordar, mas há uma angústia a me guiar
São só sonhos, não?
Não são reais, meu pesadelos.
São só meus surreais devaneios de um futuro infeliz.

Não consigo me acostumar com a ideia de naufragar no nada
Enterrada sempre no abismo solitário
Eu nunca encontrei um lugar, enquanto enfim o encontro... 
E ainda assim, com todo motim dos pesadelos que evocam sem fim
O que é meu voa pra longe de mim

Minha alma... Parece sempre estar aos pedaços.
Por favor, se afaste de meus sonhos, meu amado.
Não me faça mais triste do que já sou,


Não me faça morrer senão de amor.
Com todo seu carinho, faça-me livrar da dor.


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