24 de março de 2015

Yona, apenas.

Akatsuki no Yona foi um dos melhores animes das últimas temporadas. E ver a transformação de uma personagem genérica num tipo próprio ícone feminista me deixa verdadeiramente contente.
Uma princesa, que não entendia absolutamente nada sobre seu reino, que vivia uma utópica ideia de não guerra fornecida pelo seu pai se encontra com a cruel realidade do assassinato e do exílio. Em sua fuga prela sobrevivência, há o típico apelo sobrenatural, onde existem guardiões que prontamente atenderão seu chamado, se ela os encontrar. Até aí, nada de interessante. Porém Yona começa a verificar que o reino que seu pai construiu não é uma maravilha como se pensava. Não ter guerras não isenta o povo de sofrer, e Yona aprendeu isso visualizando cada povoado assolado pela fome ou pela corrupção se seus senhores. 
Yona sofreu, passou fome, frio e por doenças. Yona quase morreu. E Yona amadureceu. Ainda que ela contasse por praticamente metade do anime pela proteção dos outros, uma inquietação pela sua incapacidade de reação a toma cadaa vez mais. O porém que levou tanto tempo para que ela percebesse que deveria se defender é um aspecto psicológico de Yona: Seu pai odiava armas. E Yona cresce num ambiente onde ela é levada a crer q armas são inimigas. E que jamais ela deve pegar em uma. Mas ela precisa. Hak, seu fiel escudeiro, que antes general, agora é um exilado em fuga, permite e a treina em arco. Porém não a deixa usar a espada. Yona deveria estar apta a se defender de longe e a dar suporte ao "Trovão" Son Hak, porém não poderia entrar numa batalha corpo a corpo pelos motivos óbvios que um segurança pensaria: Ela vai morrer. 
Quem saberia? E se ela fosse uma ótima espadachim? Mas realmente, analisando, há vários problemas: o espaço é inóspito para que haja uma fixação, uma boa alimentação e todos requisitos básicos pra um treino eficiente. Estão em constante mudança, parar pra treinar não é algo simples. Espadas realmente requirem algumas condições. Yona treina solitariamente com o arco durante madrugas inteiras, ao ponto de esfolar suas mãos. Yona é persistente. E aparentemente não tira da cabeça a idéia de que, se preciso for, pegará numa espada, em especial para proteger Hak. Então você pensa: amor? Bem, não é o amor romântico que você está pensando. Hak é o último elo que Yona tem do que fora sua vida na corte. Do que foi sua infância. Yona só tem 16 anos. Mas ela ama alguém, sim. E quem ela ama é justamente o culpado de assassinar seu pai, o culpado por exilá-la e por todo seu sofrimento psicológico. culpado de por um golpe, assumir a coroa do reino. Ele poderia ter sido rei pelo casamento, porém decidiu que o regicídio seria a melhor forma de transformar uma utopia num reino que realmente exista.
Yona é quase a única personagem feminina digna de nota do anime. Porém felizmente há a Gi-gang, uma senhora de cabelos grisalhos e rugas aparentes que uma capitã pirata badass (no bom sentido)! Ah, vcs não tem noção da felicidade que me invadiu quando essa personagem extremamente fodástica foi apresentada. Primeiro que mulheres com mais de 50 anos em animes é algo extremamente raro. Segundo que quase sempre elas são representadas como anãzinhas cômicas (e há uma nesse anime, por sinal) ou amarguradas que se metem na vida amorosa dos filhos. Mas a Gi-gang é uma estrategista nata, que fez de simples pescadores piratas que defendem sua terra de Awa do senhor que pensa que pode escravizar mulheres. Ela é uma personagem com uma personalidade de ferro, que não se ilude ao Yona pedir pra se juntar à tripulação: Yona terá que provar sua determinação. E Yona o faz. Ao buscar no meio de um precipício ervas medicinais. E outra vez, Yona quase morre. E Yona percebe mais uma vez sua impotência. E Yona chora, treme e se desespera. Porém, Yona consegue as ervas. A capitã, a despeito da bravura de Yona não vê outra alternativa senão aceitá-la na lutra contra do senhor de Awa.

Este arco de Awa mereceria uma resenha só dele. Em como Yona vê uma figura materna em Gi-gang e como elas tem um respeito mútuo muito bonito. Porém o importante pra mim foi perceber que a Yona finalmente se livrou das correntes que a atavam ao seu pai, em sua ilusão de paz sem guerras, sem armas. O desfecho, não sei se deveria contar, mas creio que deve ser um pouco óvio a essa altura. E se alguém leu até aqui, saiba: Yona é aquela que mata o senhor de Awa. Yona, a princesa indefesa e inocente, boba e chorona. Yona, que se arrebentou toda diversas vezes e que deu provas de que é possível sim ter coragem entre as adversidades. O final do anime não é um desfecho da história, se querem saber. Ela não acaba nessa temporada. Se outras virão, eu não sei. Sei que Yona é uma das personagens femininas mais fortes e mais admiráveis do mundo dos animes.
No finas das contas, Yona pega numa espada. E em seu coração, ninguém mais a impedirá disso.


~ Outros comentários sobre a opening ou sobre outros personagens fica pequeno diante da grandiosidade que foram Yona e Gi-gang.

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