Já não sinto a dor da possível perda, a perda imprevisível que assombrava-me todos os dias.
Já não sinto mais não por aliviada e superada a sensação, mas pela apatia deste causo.
Não deixei de amar, todavia eu não sinto mais a dor de pensar na possível perda.
Chamam isso de desapego? Não sei.
Esta palavra sim, me faz o coração doer um tanto.
Não sei certo por qual motivo, mas é mais provável que seja pela ideia tola de sentimento mútuo, dependente e imortal.
E então você para de me conquistar todos os dias.
E então tu esquece-se das promessas.
E então muda sua feição.
E meu coração está endurecendo.
Ou seria melhor dizer que está amadurecendo?
E você parece não perceber, que mesmo que eu ainda seja tua, talvez um dia desses vá me perder.
21/12/12
2 Comentários, apenas.:
Um dia eu com comentei um certo texto que deves lembrar bem, por seus pecados. Aquele texto me tocou profundamente; um momento ímpar aonde o que você escreveu foi completamente meu - e sempre é. Toda vez que leio, lembro-me tão exatamente quanto a primeira vez.
Caminhos e Pássaros são diferentes, sem a mesma casa, sem o mesmo entendimento - sem o mesmo momento. Se cruzam, apenas. E seguem.
Ano após ano, por mais de meia década, eu queria dizer "eu lembro", mas dizer, apenas? Eu nunca consegui compreender tão bem sobre os caminhos que você escreveu e se orgulhou de escrever.
Queria comentar algo bom, que tivesse a ver, e fosse profundo, mas nunca consegui entender sobre Caminhos, apenas.
É algo muito seu, quase apenas teu (que vislumbrou e deixou exposto, cifradamente, muito claro até), onde eu sinto você, e me sinto, por vezes, e quase consigo ver, a mim e a você, em empatia, mas perco qualquer entendimento - porque me vejo também, sozinho, nesse emaranhado de pensamentos confusos e obscuros que diz sobre si: um destino imutável que eu nunca desvendei, e nunca alcanço.
Eu vivo no caminho, e o caminho é tudo o conheço, sem desvendar, e sem chegar à canto algum.
Sobre pássaros eu entendo, mas é muito diferente - Pássaro aprisionado fora da gaiola, fora do viveiro, preso a um fio de sentimentos trançados, invisíveis, àqueles que vivem lá.
Queria Dizer, apenas, que nunca esqueci, e sempre venho aqui, me contentando em ler, sem muito a dizer.
"Cuide para que suas palavras sejam melhores que o silêncio".
Gosto de ler você, mesmo que não desvende tudo. E que bom que continuas a escrever.
(tendo algum projeto, algum livro publicado, não deixe de me avisar).
Hoje, esse teu texto me fez escrever, algo antigo como o teu.
Beijo.
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